TODA A CIDADE DE SÃO FRANCISCO DO PARÁ CONFORME ENCONTRADA NO DIA 12 DE JANEIRO DE 2020

O feito à mão é autêntico e transmite naturalidade? Ou é antigo, sinal de atraso? A tinta spray do grafite é jovem, expressiva? Ou espirra improviso e desleixo? E o digital? Profissional, bem-acabado? Ou frio e impessoal?

Ou será ainda que, sejamos francos, nessa orgia semântica de hoje em dia nada disso faz mais sentido?

“Toda a cidade de São Francisco do Pará conforme encontrada no dia 12 de janeiro de 2020” é exatamente aquilo que seu título declara: uma cidade comum do Brasil que, num dia qualquer, recebeu o registro fotográfico de todas as suas placas comerciais. Todas. Nenhum filtro, nenhum recorte. Uma visão completa de uma cidade, sem juízo de valor ou de gosto. Um retrato de quais histórias seus habitantes contam para si mesmo, de como as contam

A aparente neutralidade, contudo, é ilusória. Pois ao desdobrar o enorme cartaz que exibe, condensado num intricado mosaico, todo o conteúdo do livro, o leitor é convidado a refletir sobre questões que vão da relação entre a linguagem visual e a mensagem da qual é portadora até o quanto um recorte do Brasil distante de seus centros econômicos é, de fato, representativo desse lugar ou não passa de um olhar concentrado somente naquilo que lá encontra de diferente e logo enquadra como exótico.

O livro, com capa em papel Kraft Miolo, normalmente utilizado como forração na construção civil, e adesivos colados manualmente, traz um formato que remete aos antigos mapas de viagem — pequenos volumes portáteis que se desdobram em um grande cartaz. 

“Toda a cidade de São Francisco do Pará conforme encontrada no dia 12 de janeiro de 2020” foi publicado pela Ateliê Editorial em 2020, com tiragem única de 1.000 exemplares.

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