NANÃO

A narrativa original foi criada pelo filho de Gustavo, Milo, então com 4 anos. E não era, de início, destinada a se tornar um livro. Aliás, para dizer a verdade , no começo nem história era, já que Milo não inventou Nanão como um personagem: certo dia, decidiu que não importava o que o pai lhe perguntasse, ele só responderia “não”. A teimosia foi transformada em brincadeira e, desde então, se tornou um faz de conta frequente entre os dois — inclusive com papeis invertidos. Os desenhos iniciais, tanto do personagem principal quanto de boa parte dos cenários e objetos, também foram feitos quase que integralmente por Milo. (Apesar de, em muitos deles, Nanão aparecer pegando fogo). Essa livre mistura de tarefas entre pai e filho se tornaria a base para todo o processo de desenvolvimento do livro, indo desde sugestões de mudança no enredo e no próprio nome do personagem até os vídeos de divulgação do lançamento, realizado em outubro de 2020 pela Editora Pulo do Gato.

A estrutura geométrica ultrassintética, desenhada manualmente com canetinha amarela, fez com que muitos leitores tentassem “encaixar” Nanão em alguma espécie já conhecida — para alguns era um cachorro, para outros um robô. Alheio a essas tentativas de enquadramento, o carismático personagem também virou brinquedo: bonecos de madeira e de pano, além de uma versão de papel que qualquer um pode imprimir e montar em casa.