Nove Meses
Em 1891 William Morris começou aquela que definiu como sua “pequena aventura tipográfica”, a Kelmscott Press. Ainda que existissem exemplos semelhantes de livros produzidos em datas anteriores, sempre que se faz necessário apontar um marco inicial do movimento de Private Presses, escolhe-se a publicação de “The Story of the Glittering Plain”, escrito pelo próprio Morris e primeiro título editado pela Kelmscott Press com o objetivo de recuperar a beleza do livro, perdida em meio às tiragens cada vez mais apressadas e descuidadas da imprensa regular da Inglaterra industrial. Todos os componentes de uma obra — desde a escolha do texto e da fonte tipográfica até a composição dos tipos, papel, tinta, “decoração” e encadernação — deveriam ser planejados e executados manualmente com o máximo de cuidado e excelência para, juntos, produzirem o “livro ideal”.
Dentre as inúmeras Private Presses do período, certamente uma das mais importantes — e idiossincráticas — foi a Doves Press, fundada pelo conselheiro tipográfico de Morris, Emery Walker, e pelo alucinado encadernador Thomas James Cobden-Sanderson. Entre 1900 e 1916, a Doves Press produziu não apenas alguns dos mais belos livros da época, como também protagonizou uma das mais folclóricas arengas da história da tipografia: a disputa pelos tipos Doves.
A história do movimento de Private Presses e da Doves Press é contada no livro “Nove Meses”, publicado em 2018 pela Lote 42.












