Livro que narra a vida e a obra do editor veneziano Aldo Manuzio que, em fins do século XVI, revolucionou a produção impressa e definiu muitos dos parâmetros formais do livro que até hoje vigoram na produção editorial contemporânea.

O projeto gráfico dialogo de forma direta com a prensa aldina, não apenas pelo uso de fontes contemporâneas redesenhadas a partir dos tipos criados por Nicolas Jenson, emblemáticos dos livros de Manuzio, como também homenageia o fato de que foi Manuzio o primeiro a imprimir em tipos itálicos: cada capítulo abre seu texto em grandes painéis de fonte em itálico, corpo 72. A estrutura cromática também prioriza a valorização do conteúdo iconográfico dos livros impressos por Manuzio e dos cenários e personagens que passaram por sua trajetória, podendo, porém, ser modulada para tons mais vibrantes no intuito de trazer a publicação para o tempo presente. A vasta iconografia flutua entre mostrar obras no detalhe, para que o rigor de composição tipográfica de Manuzio salte aos olhos, e apresentar outros títulos da prensa aldina em menor tamanho (mas em maior número da páginas), para que outros elementos de seu trabalho, como a definição de mancha de texto, também possam ser observados — e admirados. Por fim, a capa traz uma metáfora direta mas nem por isso menos delicada, com uma página do De Aetna, a mais celebrada obra de Manuzio (ao lado do Hypnerotomachia Poliphili ) ocupando sua silhueta, tendo por fundo os canais de Veneza.

Uma obra que dialoga de forma potente tanto com o passado — e seu tema central — quanto com o presente. Afinal, os livros tais quais hoje os conhecemos são assim graças a Aldo Manuzio.